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sexta-feira, 3 de abril de 2009

Mais do que o cheiro, o sucesso de uma nova fragrância pode depender do design da embalagem

Arte em perfumes
Mais do que o cheiro, o sucesso de uma nova fragrância pode depender do design da embalagem

Sara Duarte - ISTO É (OnLine)

Foto: Alex Soletto

ESTILO: Ultraviolet, de Paco Rabanne (R$ 131,16 a R$ 169,39)

O outono no Brasil tem cheiro de perfume. É que os maiores fabricantes da Europa concentram seus lançamentos por aqui nessa época do ano. Em anúncios de revistas e eventos para a imprensa, diariamente é apresentada uma nova fragrância: J’Adore, de Christian Dior, Aqua Allegoria, de Guerlain, Body Kouros, de Yves Saint-Laurent. Para cada uma, são gastos de US$ 20 a US$ 30 milhões entre pesquisas, desenvolvimento de projetos e publicidade. Em meio a tantas novidades, como fazer com que um chame mais a atenção do que o outro? O segredo está no design da embalagem.

Aos olhos dos fabricantes, os frascos de perfumes devem ter aparência de esculturas nas quais se depositará um presente divino. A idéia é atrair o consumidor pela emoção, instigando-o a ver no produto um objeto de desejo, antes de experimentar a fragrância. Aí entra o trabalho dos designers de perfume, verdadeiros escultores de vidro que chegam a cobrar de US$ 30 a US$ 80 mil por criação e têm o poder de realizar sonhos. 

Foto: Alex Soletto

CLÁSSICO: Feminite du Bois, da Shiseido (R$114,70)

Tudo começa com um conceito abstrato, como criar um frasco que represente a imagem de um homem que chega de um treino suado e parece extremamente atraente para sua mulher. Debruçado sobre a prancheta, o designer de perfumes – geralmente formado em Arquitetura, Desenho Industrial ou Artes Plásticas – cria uma figura que revele isso. “A primeira vez que mostro o esboço a um técnico de embalagens, ele se assusta, diz que não dá para fazer”, brinca Filomena Padron, designer da Natura Cosméticos. “Mas não posso massificar, criando a mesma embalagem para vários perfumes. Cada um tem a sua personalidade e é preciso traduzi-la.” 

A engenheira de produção francesa Sandrine Giordanengo, 30 anos, é uma das profissionais requisitadas para essas missões impossíveis. Morando no Brasil desde janeiro, ela desenvolve projetos para a empresa paulistana M Design e, recentemente, viu-se cobaia de Christian Dior. Para que entendesse o conceito do perfume J’Adore, o estilista borrifou a fragrância em seu rosto e pediu que fosse à rua ver a reação das pessoas. “Quando o cliente tem um desenho em mente, me procura para saber que material deve utilizar, o formato, o custo. Do primeiro esboço ao frasco pronto pode-se levar um ano.”

Foto: Alex Soletto

MODA: Alexander McQueen influencia a nudez de Organza Indécence (R$ 87 a R$ 158)

Em alguns casos, o design dos perfumes acompanha tendências da moda. Organza, de Givenchy, foi lançado em 1996, quando as roupas da empresa eram assinadas pelo estilista John Galliano. Sua embalagem lembra uma mulher da antiguidade grega, uma referência às criações do estilista. Um ano depois, o inglês Alexander MacQueen assumiu a grife, e a perfumaria criou Organza Indécence, em cujo frasco a mulher original aparece com o vestido aberto e o torso nu. “Os frascos exprimem, muitas vezes, conceitos artísticos”, analisa a diretora de marketing da Givenchy no Brasil, Isabel Branco.

Sem falsa modéstia, o francês Pierre Dinand, 68 anos, garante que o design é mesmo capaz de determinar o sucesso ou o fracasso de um novo perfume. Formado em Arquitetura, ele é o maior especialista em design de perfume na Europa. Nas últimas quatro décadas, criou 450 linhas de frascos, como as de Eternity e Obsession, de Calvin Klein. Há cinco anos, quando o Brasil passou a importar modelos de frascos, foi ele quem desenhou as novas linhas de O Boticário e Natura. “O frasco é o que dá a primeira impressão sobre o perfume, seduzindo a mulher para que o abra”, ensina. “Sem um bom design, ela nem chega perto.”


Foto: Alex Soletto

LUXO J'adore, de Christian Dior (R$ 82 a R$ 172):embalagem inspirada nos colares das mulheres africanas

Dinand tem a sua própria ala no Museu do Perfume, no Japão, e venceu 35 vezes o prêmio de melhor design do FIFI Award, o Oscar do perfume. Tem a prerrogativa de escolher os projetos que irá fazer, pois sabe o valor dele. “Nosso trabalho é muito mais difícil do que desenhar uma cadeira ou uma lâmpada, porque inclui ingredientes emocionais como amor, paixão e sedução. É como se a gente criasse um sentimento de motivação nas pessoas.”

O dono da mais tradicional perfumaria da Europa, Jean-Paul Guerlain, concorda. Inventor de colônias, ele representa a quinta geração da família de perfumistas que criou, em 1828, a primeira fragrância de sucesso na França – a Colônia Imperial, cuja embalagem permanece a mesma até hoje. Há 30 anos, ele entrega a criação de seus frascos ao escultor de vidro Robert Granzy. “Atualmente, a beleza do vidro é tão importante quanto o aroma do perfume”, diz. “Por que as mulheres gastariam tanto com roupas? É preciso estar bem-vestida para seduzir.”

Um comentário:

Mônica Estellita disse...

Oi Fernanda sou estudante design de interiores no SENAC de santos, e adoro seu trablho gostaria de convida-la para se juntar aos designers do Brasil, e se puder dar algumas dicas...http://designersdeinterioresbrasil.ning.com/
Tomei a liberdade de colocar o limk do seu blog lá espero que não tenha problema!
Um beijo grande e sucesso a você.
Mônica Estellita

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